Capítulo
- 5
Ao despertar de um sonho
Quando era pela manhã Fernanda
despertou e percebeu que estava sozinha, claro que eu estava lá, mas ela não
sabia disso, sua nova amiga havia sumido, e com ela suas coisas. Fernanda
chorou sem parar até que se deparou com uma carta escrita em um guardanapo,
suas palavras ocupavam três linhas, assim dizia:
- Fernanda espero que não se
magoe com a minha atitude, embora ache difícil, mas me perdoe teve que ser
assim, nunca confie em uma menina de rua, onde o que vale é a malandragem,
volte para sua casa onde é o seu lugar.
As palavras de Ana tocaram em
Fernanda como uma flecha que acertou seu alvo. Para uma criança de treze anos
aquela menina tinha uma malandragem invejada por muitos homens. As lágrimas de
Fernanda começaram a deslizar sobre sua face, mas agora por pena e não por
ódio. Mas porque o ser humano é tão sensível, porque chorar na morte sendo que
você chora na vida? Para mim que já carreguei muitas pessoas, não consigo
entender. Já pensei em ser humano, acabe por desisti dessa insensatez, eles são
muito complicados, suas emoções, gritos, porque viver, sendo que você está
preso as coisas que não tem e que normalmente nunca terão, pois são pobres, as
vezes de espírito as vezes de fortuna . Eles se colocam como imortais, mas nada
na vida é para sempre, até que se prove o contrário. Não fique bravo caro
leitor, não digo em questão material, mas sim em espírito. Já parou para pensar
quanto doe não ter a pessoa que ama? Querer abraçar a pessoa que não pode estar
com você? Vamos comparar com a seguinte situação; Você tem cinco anos está à
noite, você está só, em um lugar deserto, com medo, frio e fome, se eu te
pergunto oque faria de certo me diria que gritaria “mamãe” e se ela estive-se
morta a cinco metros de você?
Consegue percebe qual é os
maiores medos do ser humano... É de morrer, ficar sozinho e do escuro. Eu
queria poder dizer que no escuro ninguém me vê, mas, estaria mentindo, porque
eu sou tudo isso, eu sou seus piores pesadelos, unidos em uma coisa só.
Quando vi Fernanda secar as lágrimas,
pela primeira vez admirei o ser humano, mesmo depois de ser passado para trás,
ela se levantou e orou para a pessoa que havia magoado. Depois pegou a carta
colocou no bolso e saiu do galpão, com a luz do sol a bater no rosto, aquecendo
a com um calor amigável e convidativo. Com os olhos semicerrados, se deslumbrou
com o sol que brilhava em uma proporção magnifica. Ela vagou horas a fim. Ate
que passou pela ponte do Desespero.