2
comentários
Posted in
A solidão das moléculas
Uma molécula não deveria se
sentir só, por conta de estar rodeada de moléculas, embora às vezes seja
necessário que ela se separe das demais moléculas para constituir uma nova
substancia.
Milhares de moléculas estão
espalhadas pelo mundo procurando um lugar seu, um lugar onde ela consiga a substância
dos seus sonhos. A vida da molécula moderna não é nada fácil.
A solidão pode ser vista e analisada
através de diversos fatores, entretanto uma coisa pode ser conclusiva: que ela
é uma coisa ruim e destrutiva.
Em um mundo onde se vive bilhões
de pessoas é quase impossível que se conheça a todas as pessoas, o mundo
moderno vem sendo bombardeado por redes sociais, e-mails, telefonemas gravados,
coisas assim fazem com que se perca o contato humano, que coisas simples como
mandarem uma carta ou fazer uma visita pessoal começa a se extinguir na era da tecnologia
solitária.
Vários estudos têm divulgado como
a solidão social e emocional vem afetando a sociedade, onde seus membros estão desfazendo
suas substâncias e procurando ser uma molécula isolada.
A solução mais viável seria nos
remetermos a costumes hoje considerados arcaicos e ultrapassados, de tempos que
o planeta não precisa ser superpovoado para que se obtivessem uma vida feliz,
Rousseau já dizia “Que o homem nasce bom e a sociedade o corrompe” e foi essa sociedade
que trouxe a solidão.
Cabe agora decidirmos voltar às
origens e refazermos nossos conceitos ou continuar a sermos moléculas
solitárias.
0
comentários
Posted in
Capítulo
– 10
Quando o palácio desmorona
A discursão entre Caleu e
Fernanda durou cerca de uma hora, várias ofensas foram trocadas, eu cheguei a
pensar que ele partira para agressão, mas se conteve e acabar com a menina
apenas com o uso das palavras, eu pensei que agora ela iria embora. Mas se manteve
e exaltou o seu amor por Caleu como nunca havia feito. Os dois ficaram meio
afastados, ela pedia explicações a todo o momento e ele se esquivava com muita
agilidade das suas perguntas dando respostas incompletas ou se negando a
responder.
- Caleu oque aquele homem queria?
- Isso não é assunto seu!
- Se eu estou morando aqui, é
assunto meu.
- Não quero responder agora.
Caleu saiu e deixou Fernanda
desnorteada a chorar no centro da pequena sala. Ela caiu em grande comoção,
suas lágrimas emundaram o ambiente com grande tristeza, assim permaneceu por
horas, pensou em voltar pra casa, mas não se sentia uma menina como sairá de
lá, havia se tornado mulher, Caleu a tinha transformado em mulher. Pensou na
saudade, pensei em contar sobre sua avó, mas ela nunca me escutava.
Fiquei sentado do lado dela, seus
olhos estavam inchados, sem que ela percebe-se deitei sobre suas pernas e senti
o gosto das suas lágrimas, tinha um gosto inexplicável, de dor misturada com
arrependimento e muita saudade.
Mas uma vez senti grande vontade
de ser humano, queria pedir ela em namoro, colocar um anel em seu dedo, fazer
dela minha mulher, eu sim queria ser transformado em homem através das mãos de
Fernanda e transformaria ela em mulher.
Quando passava das oito da noite
Caleu retornou com uma aparência abatida, Fernanda acabara cochilando no chão
da sala, ele a pegou e colocou na cama, deitou ao lado dela e a abraçou com
tanto carinho, ela se movimentou e retribuiu o abraço com um beijo envolvente,
eu encostei a porta com um pequeno sopro e percebi que era hora de eu me
retirar.
Aquela noite não tinha luar, as
estrelas haviam se escondido, com medo de mim talvez, naquela noite fiquei
brincando com os ratos que passeavam em meio aos becos da favela.
Pela manhã os dois fizeram as
pazes, beijos aconteceram, ela disse com uma cara de seria que tinha uma
notícia a dar. Caleu levantou o olhar como quem já previa a notícia, mas com
certeza ele estava errado, Fernanda estava gravida, a certeza não era absoluta,
mas já estava atrasada há algum tempo, Caleu ficou pálido e sem reação.
Fernanda chorou Caleu a abraçou
com mais carinho que o da noite anterior, pediu que ela fosse a uma farmácia, e
deu a sua notícia.
- Você tem que ir embora! O mais
rápido possível.
- Como assim, porque estou
grávida?
- Aquele cara que você viu, será
só o primeiro a vir me procurar, não é seguro você ficar aqui!
- Mas...
- Não Fernanda.
- Caleu, você vai me abandonar
por que estou gravida?
- O que? Lógico que não.
- Tenho certeza.
- Meu Deus. Eu lhe juro meu amor,
se lhe peço que vá é por sua própria segurança.
Eu fiquei tão perplexa que nem
sentia minha respiração. Fernanda chorava sem parar, Caleu andava de um lado
para outro, como se estivesse andando para fora da li, fora da cidade, fora do mundo. Ele também
era homem, em um corpo de menino, e sentia como Fernanda a necessidade de um
colo de mãe, só queria poder fugir.
- O que vamos fazer Caleu?
- Tenho que pensar... Você vai
pra casa da sua mãe! Tem certeza sobre a gravidez?
- Sim... Ou mais ou menos.
-Não posso voltar. Não quero,
prefiro ficar aqui.
- Não aqui não é seguro, entenda!
- Caleu o que você fez?
- Não deve saber... A única coisa
que precisa saber é que sua segurança está em risco.
- Eu não vou. Não quero te
abandonar.
- Logo vamos nos reencontrar.
Juro.
- O que fez de errado? Diga-me.
- Eu devo uns caras, é muita
grana.
- Quanto, e como?
- Eu me envolvi em coisas errada
Fernanda, antes de te conhecer.
- Não Caleu, não me obrigue a
ir.
- Está decidido amanhã você vai.
- E como vou te ver?
- Me deixe o endereço, e em três
dias a gente se encontra e foge.
- Tem certeza? Não vai me
abandonar.
- Fernanda eu lhe jurei o meu
amor, como nunca jurei a nenhuma menina.
- Então vou te esperar.
Os dois foram dormir, e aquela foi
a última noite que se amaram, como homem e mulher em corpo de criança. Logo
pela manhã Fernanda partiu para sua casa, eu vi o quanto a menina chorava, não
queria ir de jeito nenhum, eu arrastei para porta, mas ela se negava a deixar
os braços de Caleu, ele também chorava, suas lágrimas eram quase
imperceptíveis, mais estavam ali, eu me sentia feliz, com uma sensação
estranha.
Algumas pessoas dizem que eu
posso mandar e desmandar no mundo, não é verdade, ate queria poder tomar certas
decisões, naquele momento algo me dizia para deixar Fernanda ali, mas meu
coração falou mais forte e a puxei com toda minha força, ate que ela se
desprendeu dos braços de Caleu. E veio em minha direção, com a mesma bolsa que
chegou ao barraco, saiu, seus cabelos estremeciam em meio a neblina densa daquele
dia frio de outono.
Caleu falou diversas vezes para
que ela tivesse cuidado, e prestasse bastante atenção, ela suplicou para que
ele fosse com ela, ele disse que se fosse ela estaria correndo mais perigo. Eu
e Fernanda seguimos pelos becos da favela em silêncio, às vezes eu olhava com o
canto dos olhos e me deparava com ela triste, ela seguiu o trajeto todo com os
olhos baixos, de hora em hora voltava os para o céu, talvez buscasse conforto,
um amigo, e eu lá esperando um simples olhar. Andamos um bom tempo, pegamos o ônibus e ela parou na praça, eu desci também e a acompanhei, ela talvez
procurasse Ana, não para brigar mais para passar o tempo. Não a encontrou, eu
tinha visitado algumas noites atrás.
Seguiu seu caminho, quando passou
no cemitério que frequentava com os pais, lágrimas rolaram pelo seu rosto,
lembrou-se do avô.
Eu queria que ela não descesse
mais como sempre ela nem me escutou, desceu e seguiu por entre os túmulos. Ate
que chegou a sepultura do seu avô, como de surpresa ao lado estava a da sua
avó, eu já sabia, queria esconde-la daquele sofrimento. Ela chorou e chorou
muito, seu arrependimento foi tanto que chegou a cogitar a ideia de se jogar
dentro de alguma cova aberta que encontrasse ali. E fiquei do lado dela,
acariciando seus cabelos que estavam ficando cada vez com mais lindos, a
neblina nós cobriu por alguns estantes, ela seguiu para sua casa com mais dor
do que havia saído.
Eu ficava olhando Fernanda e
pensando como a vida era injusta, ela uma menina tão bonita teria uma vida com
tanto sofrimentos, tem coisas que não posso controlar, mas queria ao menos
conseguir compreender. Por que o ser humano tem uma vida com tantos altos e
baixos, fiquei assim olhando ela, cada rua que passávamos eu lembrava coisas
que tínhamos vividos, já estava com ela a muito tempo, ela sempre me enrolando,
sempre me evitando e eu lá do lado dela, posso dizer que a vi crescer. E assim seguimos por entre a ruas daquele dia
de neblina.
![]() |
Madrugada de Sombras |
0
comentários
Posted in
0
comentários
Posted in
Capítulo
- 9
Uma história e duas vidas
Os pais de Fernanda já estavam
desistindo, mas o coração deles avisava que não podiam. Dona Tania ia à igreja todos
os dias, procurava consolo em Deus, seu Marcos já estava desgastado, não ia ao
trabalho, a casa treze nunca tinha repousado em tanto silêncio, como naqueles
dias que se seguiram. Todos estavam mexidos e cada foto, cada momento lembrado
era motivos para desabrochar lágrimas.
Um dia eu tive um chamado, quando
percebi estava na Rua da Lagrimas, e o endereço a ser visitado era o da casa
treze. Eu chorei a ver pela janela, avó de Fernanda estirada no chão com sua
filha Tania aos gritos, seu Marcos em completo desespero no telefone,a casa esboçava tristeza também, como se ela pudesse fazer tal feito, corria pelos aposentos um cheiro embriagador de angústia misturado ao medo, qualquer pessoa julgaria aquela casa como mal assombrada, pois ela trazia mais que simples histórias dos antigos moradores. Essa foi
a segunda vez que experimentei o gosto de uma lágrima na minha boca, uma forte
chuva tomou conta do tempo, e em estantes o céu estava triste, eu não tive
coragem de entrar na casa, eu estava acabando com aquela família, quando Dona
Tania estava dormindo com efeito de tranquilizantes ao lado do seu Marcos, eu
me retirei e fui andando com grandes passadas acompanhando o carro que ia
com avó de Fernanda.
Em uma história que eu já estava
envolvido, talvez estivesse desenvolvendo sentimentos e duas vidas eu já
estava retirando de uma vez só. Sem duvidas, eu fui criada para a destruição, o
fim dos sonhos, o começo da ilusão, sou a pior coisa existente no planeta. Poucos são aqueles que me amam ou me toleram.
Voltando para minha atual casa,
me deparei com a cena que me fez querer morrer se possível, Fernanda estava
deitada como um anjo, sua sensualidade era digna de Afrodite, seus cabelos faziam os
mais lindos cachos vistos em toda minha trajetória de vida, Caleu a olhava com
um desejo, eu senti tanta inveja dele poder toca-la, sentir seu calor contra o
peito, sentir o sabor de um dos seus beijos. Por um minuto eu queria poder
ter coração e ser ele, só por um minuto caro leitor, queria me deslumbrar com
alguém manipulando minhas emoções, meus pensamentos e fazendo parte dos meus
desejos. Nunca tinha sentido tanta inveja de alguém como senti naquele
momento...
Naquela noite eles também rolaram
em meio ao emaranhado de lençóis, no dia seguinte por volta da cinco da manhã,
bateram na porta com extrema raiva.
Caleu arrumando os cabelos
acordou e foi ver quem era eu sentada no sofá fiquei vendo a discursão entre
Caleu e uma sombra grande e com um voz maldosa.
Em meio à confusão Fernanda
levantou, olhou pela beirada da porta, Caleu fez uma gesto para que ela
permanecesse no local, ela se recusou e foi ao seu lado, à sombra se esquivou
como prevendo um ataque sem chance de defesas, e foi o que aconteceu os olhos
de Fernanda ao se encontrarem com os da sombra, provocaram grandes desejos, o
homem teve pensamentos enojadores com a menina, Caleu entrou na sua frente como
um príncipe a proteger sua donzela. A sombra se retirou, dizendo que logo
voltaria. Eu a segui ate metade de um beco, pensei em acabar com ele, mas
percebi que ele era a minha única chance de acabar com o amor de Caleu e
Fernanda. Sim pode ser visto com extrema maldade, mais esse era o meu desejo
mais íntimo, de fato fui muito egoísta, mas quando amamos sempre somos...
0
comentários
Posted in
0
comentários
Posted in
Queridos leitores, no dia 04/03/12 eu sofri um acidente em quadra (pois jogo Handebol) e torci o pé, de início todos pensavam que era uma simples torção, só que hoje completa exatamente um mês... Faz um mês que a minha vida teve a pior das reviravoltas, eu choro quase todas as noites, eu me tornei dependente de todos, não consigo andar direito, sinto algumas dores e o pior de tudo eu não jogo mais Handebol. O meu amor pelo Handebol é imensurável. Uso do meu blog para desabafar com vocês meus seguidores.
Hoje eu passei pela pior provação da minha vida, na aula de Educação Física meus colegas foram para a quadra da escola, eu fui também, foi a primeira vez que retornei a uma quadra depois da minha lesão. Eu chorei em rever a quadra, sou uma louca pelos esportes e ver aquela quadra e não poder correr me machucou muito, chorei igual uma criança, sem que eu percebesse as lágrimas correram livres pela minha face. Posto aqui o poema que foi escrito enquanto eu chorava.
A menina das quadras
Não tire a menina das quadras
Ela vive na quadra,
desde que o dia é dia até que a noite venha ser noite
Ela é da quadra e a quadra é dela
Corre, joga e brinca
é a menina das quadras
Sonhe, caia e levante
Não tire a menina das quadras
Ganhe, perca ou deixe que empate
Mas mantenha-se nas quadras
Pois você é a menina das quadras.
Esse poema é o meu desabafo pelo que estou passando...
0
comentários
Posted in
1 comentários
Posted in